segunda-feira, junho 17, 2013
domingo, fevereiro 17, 2013
O que fez o Papa...
O Papa renunciou (v. Código Canónico, cânone 332 § 2).
domingo, novembro 11, 2012
Encontro-te entre as tuas palavras
num sorriso furtivo
num gesto espontâneo, mas não demasiado
Vejo-te pelos olhos deles e pelos olhos deles,
Tens mais cores e sorrisos ensaiados
Quando te tenho junto a mim, devoras o tempo
como se agarrasses um sonho na manhã
como se este tempo fosse único e irrepetível,
e logo olhas outros lugares, procurando o futuro
E eu, que te tenho aqui comigo
Queria um tempo em que estivesse tudo por fazer
Um tempo em que construíssemos o tempo, lado a lado.
domingo, agosto 29, 2010
Palavras a repristinar: Alhures
A par com nenhures (em lado nenhum) e algures (em algum lado), o termo alhures (em algum outro lado) completa um grupo lexical que nos permite falar do espaço de forma indeterminada usando apenas uma palavra.
Se algures é usado muito comummente, nenhures é usado com muito pouca frequência e alhures está prestes a atingir o estatuto de arcaísmo. É, portanto, uma palavra em vias de extinção a merecer a atenção dos ecologistas do léxico.
quinta-feira, janeiro 28, 2010
terça-feira, dezembro 15, 2009
Centuries-old holy matrimony just got updated
Three recent changes to the Catholic marriage prerequisites were silently enacted by Motu Proprio. When someone tries to change civil marriage prerequisites enthusiasts of this form of marriage insist that a referendum is required.
Art. 3. Textus can. 1086, § 1 Codicis Iuris Canonici sic immutatur: "Matrimonium inter duas personas, quarum altera sit baptizata in Ecclesia catholica vel in eandem recepta, et altera non baptizata, invalidum est".
Art. 4. Textus canonis 1117 Codicis Iuris Canonici sic immutatur: "Statuta superius forma servanda est, si saltem alterutra pars matrimonium contrahentium in Ecclesia catholica baptizata vel in eandem recepta sit, salvis praescriptis can. 1127, § 2".
Art. 5. Textus canonis 1124 Codicis Iuris Canonici sic immutatur: "Matrimonium inter duas personas baptizatas, quarum altera sit in Ecclesia catholica baptizata vel in eandem post baptismum recepta, altera vero Ecclesiae vel communitati ecclesiali plenam communionem cum Ecclesia catholica non habenti adscripta, sine expressa auctoritatis competentis licentia prohibitum est".
segunda-feira, junho 15, 2009
sábado, março 07, 2009
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
Random Thoughts...
On the rare occasions of my life I've been called a son of a bitch I never really took offense. The notion that something was being implied about my mother's condition and which would then say something about my character seemed both circuitous and so far removed from reality as to sound simply silly.-- Anonymous
segunda-feira, novembro 17, 2008
Plágio hagiográfico
Hoje é dia de Santa Isabel de Hungria (segundo um calendário que tenho no Google Calendar). Por mera curiosidade fui ver por que era Santa esta senhora.
Não só esta senhora era rainha (por isso, Rainha Santa Isabel da Hungria), como era tia-avó da Rainha Santa Isabel de Portugal (a santidade parece ter sido corrente entre as mulheres desta família).
Mas as semelhanças não acabam aqui, pois a ambas são atribuídos um milagre das Rosas. Será este um caso prematuro de franchising?
domingo, outubro 19, 2008
terça-feira, outubro 07, 2008
Quem é que se pode casar?
Abel: Quem é que se pode casar?
Bernardo: Quem é que se pode casar? Ora essa... Toda a gente se pode casar, sem distinção de raça, credo ou estatuto social. Nós somos a favor das liberdades e das grandes conquistas civilizacionais!!
Abel: O João e o Pedro podem casar? A Inês e a Maria podem casar?
Bernardo: Como assim?
Abel: O João pode casar com o Pedro, ou a Inês pode casar com a Maria?
Bernardo: Oh! Brincalhão! Claro que não, o casamento é só entre homem e mulher....
Abel: Porquê?
Bernardo: Porquê?! Ora.. porque sempre foi assim...
Abel: Antes de haver o divórcio também todo o casamento era perpétuo...
Bernardo: Pois, mas... mas só um homem e uma mulher podem criar uma família.... e uma família é a base da nossa sociedade.
Abel: Mas e os casais que optam por não ter filhos ou em que um dos cônjuges é estéril... Não podem eles casar?? Não podem eles fundar uma família??
Bernardo: Sim.. claro que podem. Ninguém tem culpa de ser estéril.
Abel: Então e alguém tem "culpa" de ser homossexual? De se sentir atraído pelo mesmo sexo? De querer partilhar a vida com alguém do mesmo sexo?
Bernardo: Pois.. não se trata de culpa. É que... a sociedade não está preparada... é preciso que a sociedade discuta... que se habitue à ideia.
Abel: Se não foi preciso erradicar o racismo para consagrar a plenitude da igualdade independentemente da origem étnica por que é então preciso erradicar a homofobia antes de se consagrar a plena igualdade no acesso ao casamento? Não têm os deputados a responsabilidade de definir a liberdade de todos? Não são eles os guardiões da pluralidade das gentes, os representantes de todos os cidadãos? Porque é que muitos que foram os actores principais das lutas pela liberdade de outrora se assumem agora como os conservadores da tradição? Porque é que noções elementares de igualdade são agora descartadas como assuntos efémeros, causas menores ou a vertigem de uma geração que anda ao sabor da moda? Porque é que as vidas de milhares de cidadãos e cidadãs são discutidas como se de um fait divers se tratasse? Porque é que os partidos não adoptam uma posição de princípio e preferem antes uma posição táctica de olhos postos nas próximas eleições legislativas?
Bernardo: ...
Então e quando é achas que a crise dos mercados financeiros vai chegar a Portugal?
sexta-feira, setembro 05, 2008
domingo, agosto 17, 2008
sexta-feira, junho 13, 2008
sábado, junho 07, 2008
sábado, maio 31, 2008
Acordo Ortográfico (II)
Embora haja interrelações entre uma língua e a sua forma escrita (a ortografia) são, ainda assim, entidades distintas. A língua é um instinto humano de dimensão cultural que não pode ser legislado nem por governos nem por gramáticos. A ortografia é uma convenção e há até línguas diferentes que partilham a mesma ortografia.
É claro para todos que o português do Brasil, de Portugal e dos outros países lusófonos está a divergir, sendo disso testemunho os diferentes usos do vocabulário e variações gramaticais que, de resto, ocorrem frequentemente dentro de uma mesma comunidade linguística, incluindo falantes da mesma nacionalidade. Por isso, parece-me, que as motivações do acordo ortográfico não são objectivos de uniformização cultural mas antes uma estratégia política.
Uma ortografia unificada irá permitir a adopção do português como língua de trabalho em instâncias internacionais, o que até agora era impedido pelo facto de persistirem ortografias distintas em dois grandes blocos de países, e adoptar uma ortografia preterindo a outra levantaria problemas políticos. O acordo é, assim, um instrumento de valorização da língua ao nível internacional.
Resta acrescentar que Portugal foi o primeiro a quebrar a uniformidade da ortografia portuguesa com a reforma de 1911 não tendo sequer tentado um acordo com o Brasil. Desde essa altura que se procura re-aproximar as ortografias praticadas dos dois lados do atlântico. Um século de tentativas marcadas por alguma prepotência de Portugal que está agora em condições de se redimir. Assim, o acordo introduz alterações na ortografia agora praticada tanto em Portugal como no Brasil, estando a gerar naturais contestações nos dois países. Não se trata de por os portugueses a escrever como os brasileiros, mas sim de identificar os pontos comuns e de adoptar um conjunto de regras coerente que sirva as duas comunidades linguísticas.
Podemos, claro está, insistir na política do orgulhosamente sós e na lógica de que somos os proprietários da língua portuguesa insistindo na grande longevidade da nossa cara ortografia que tem, afinal, apenas algumas décadas. Ou podemos dar ao mundo uma lição de universalismo rejeitando o sentimento de antiga potencia colonial e dando mais um passo na criação de uma verdadeira comunidade lusófona ao nível global.